sábado, 27 de agosto de 2011

Wall Street: The Speed Traders

In “60 Minutes - CBS News”:

Steve Kroft gets a rare look inside the secretive world of "high-frequency trading," a controversial technique the SEC is scrutinizing in which computers can make thousands of stock trades in less than a second

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High-Speed Traders Dive Into Forex Despite Doubts:

Speed, anonymity and liquidity, which is the ability to buy and sell easily, are the top priority for today's currency traders. In the past, a hedge fund might approach a single Wall Street bank to trade $3 million and receive a bid/ask spread, which is the gap between what sellers are offering and buyers are willing to pay, of around 2 or 3 pips, which are tiny increments of currency prices. Banks would then offload their risks by trading with rivals in an interbank electronic trading market.

Now, with direct access to an electronic trading system, the hedge fund can trade $10 million with a dozen banks at once at a spread of one pip. Even better, the hedge fund doesn't need to spend cash setting up trading links with various banks, which often only want to serve bigger investors.

Some observers complain that high-frequency and so-called algorithmic traders make life harder for other participants in the currency markets, especially Wall Street's big banks.

One worry: High-speed trading may make currencies more volatile during times of market stress. Sharp moves can hurt smaller investors who can't react as quickly.

With so many computer-generated trades "programmed in" every day, investors may develop an exaggerated sense of the market's liquidity, which means any sharp withdrawal of liquidity hurts all the more, says a top Wall Street foreign-exchange banker. An analogy is the difference between a normal person and a manic-depressive, this source says. "A normal person gets happy or sad, but a manic depressive person can get suicidal."

A aridez financeira da Europa

In “Jornal de negócios online”:

"Abril é um mês cruel", escreveu T.S. Eliot no início do seu grande poema, "The Waste Land" (Terra Árida).

Mas se Eliot tivesse sido um investidor profissional, que analisasse os mercados financeiros europeus durante os últimos anos, tenho a certeza que a sua escolha teria sido Agosto.

 
Em Agosto de 2007, quando o BNP Paribas decidiu encerrar dois dos seus "hedge funds" expostos ao "subprime" precipitou, nesse Verão, uma crise de liquidez em todos os bancos europeus. Este ano, o grande rival do BNP, Société Générale, foi o centro das atenções.

Em meados de Agosto, as suas acções caíram mais de 14% num só dia, tendo atingido o nível mais baixo em mais de dois anos e meio, devido a rumores de que o "rating" da dívida soberana francesa poderia ser reduzido, o que teria impacto nos bancos franceses.


A evolução da crise colocou, no entanto, os balanços dos bancos europeus no centro das atenções.


Desde o início da crise financeira, muitos bancos da Zona Euro fizeram muito menos progressos para fortalecer o seu capital e liquidez do que os norte-americanos e os britânicos. As disparidades foram expostas no último Relatório de Estabilidade Financeira Global do Fundo Monetário Internacional, publicado em Abril, que contém uma análise impressionante sobre as alterações no capital em acções ordinárias durante os últimos dois anos e o nível de dependência dos bancos ao financiamento dos mercados de crédito. Um membro de um banco central da União Europeia descreveu-a como a "tabela mortal".


O relatório mostra que os bancos norte-americanos aumentaram o seu capital de 5,5% para cerca de 7,5% e diminuíram a sua dependência do financiamento nos mercados de dívida de 30% para 25%. Os bancos britânicos fizeram menos progressos, tendo aumentado o seu capital de 3% para pouco mais de 4% mas reduziram, significativamente, a sua dependência do financiamento nos mercados de dívida, de quase 45%, em 2008, para 35%.


Pelo contrário, os bancos da Zona Euro mantiveram os dois indicadores praticamente inalterados. O seu capital aumentou ligeiramente mas permaneceu inferior ao dos bancos do Reino Unido (e muito abaixo do capital dos bancos norte-americanos) e continuam a depender dos mercados da dívida para quase 45% do seu financiamento total.


É por este motivo que a incerteza sobre a integridade da Zona Euro e o valor da dívida soberana dos seus Estados-membros está a ser tão penalizadora para os bancos. Dadas estas circunstâncias, serão os bancos da Zona Euro capazes de refinanciar as suas dívidas nos mercados? Os países que receberam ajuda externa foram excluídos dos mercados da dívida e dependem quase exclusivamente do Banco Central Europeu. É possível que isto aconteça a bancos de outros países?


Em 2007 e 2008, foram os políticos que sofreram com os pecados dos banqueiros; agora a situação reverteu-se. Talvez exista uma diferença: os pecados dos banqueiros foram pecados de acção, enquanto os pecados dos políticos - os diversos esforços falhados para produzir uma solução à escala do problema - são pecados de omissão. Mas as consequências são igualmente graves.


Sempre achei que a Alemanha acabaria, eventualmente, por reconhecer que era do seu interesse preservar a Zona Euro intacta. Churchill afirmou sobre os americanos: "Podemos sempre contar com eles para fazer o que está certo… assim que todas as alternativas possíveis forem esgotadas". Os alemães já esgotaram quase todas as possibilidades. Se, em breve, não fizerem o que está certo, alguns bancos poderão enfrentar sérias dificuldades e os governos europeus vão ser obrigados, mais uma vez, a injectar dinheiro público nas instituições. Isso será tão impopular como resgatar a Grécia e, possivelmente, muito mais caro.


Howard Davies, antigo presidente da Autoridade de Serviços Financeiros do Reino Unido, vice-governador do Banco de Inglaterra e director da London School of Economics, é professor na Sciences Po em Paris.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

WSJ: Portugal é um "paraíso" na reacção à austeridade

In “Económico”:

O WSJ lembra os protestos na Grécia e Espanha para escrever que Portugal é, até agora, um "paraíso" na reacção à austeridade.

"Comparativamente a outros países da zona euro que foram apanhados pela crise da dívida, a reacção em Portugal tem sido um paraíso. Já na Grécia os protestos foram violentos e em Espanha milhares de pessoas foram para as ruas exigir uma mudança política", pode ler-se na edição de hoje do The Wall Street Journal (WSJ).


Mas a situação está prestes a mudar porque à medida que os portugueses se vêem confrontados com novas medidas de contenção e cortes orçamentais por parte do Governo, agudiza-se a possibilidade de distúrbios sociais, descreve o WSJ, acrescentando que os sindicatos já estão a arregaçar as mangas. Citando declarações de uma dirigente da CGTP, que também falou ao Diário Económico, o jornal avança que Portugal deverá ser palco de uma greve geral a 1 de Outubro.


No mesmo texto, o WSJ lembra que, desde que Passos Coelho assumiu funções, em Julho, o Executivo de direita já anunciou um aumento acentuado nas taxas de transportes públicos e impôs ainda um imposto especial sobre os rendimentos para 2011.
E "as dificuldades vão apertar mais ainda, com cortes na despesa pública, com os impostos a aumentar ainda mais para equilibrar um corte nas contribuições das empresas para a segurança social e com as mudanças na lei do trabalho que incluem menos direitos para os trabalhadores demitidos", retrata o WSJ, que também escreve que "Portugal não tem outra hipótese senão tomar medidas duras" e que "os portugueses vão sofrer muito, particularmente no próximo ano".

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Portugal Braces for Austerity Battle

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Libyan Rebels Reach Tripoli: What About the Oil?

In “WSJ.com”:

WSJ reporter Summer Said takes a look at the potential impact on oil markets following upheaval in Tripoli over the weekend:

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Líbia: a intervenção dita "humanitária" da NATO

C’est l’OTAN qui fait tout le travail militaire, pas les rebelles

É a NATO que faz todo o trabalho militar, não os rebeldes

Filho de Kadhafi aparece em público "para acabar com as mentiras"

O custoso triunfo da NATO na Líbia

Web Surfing Helps at Work, Study Says

In “WSJ.com”:

Don't feel guilty about browsing the Internet at work—turns out it may actually improve your performance.

According to a new study, Web browsing can actually refresh tired workers and enhance their productivity, compared to other activities such as making personal calls, texts or emails, let alone working straight through with no rest at all.

The study, "Impact of Cyberloafing on Psychological Engagement," by Don J.Q. Chen and Vivien K.G Lim of the National University of Singapore, was presented last week in San Antonio, Texas, at the annual meeting of the Academy of Management, an association of management scholars.

O capitalismo está condenado ao fracasso?

In “Jornal de negócios online”:

Nouriel Roubini - © Project Syndicate, 2008. www.project-syndicate.org

A enorme volatilidade e a forte correcção dos preços das acções que atinge actualmente os mercados financeiros globais são um sinal de que as economias mais avançadas estão à beira de uma dupla recessão ("double-dip recession"). A crise económica e financeira provocada pela enorme dívida e alavancagem do sector privado conduziu a uma maciça realavancagem do sector público de forma a evitar uma Grande Depressão 2.0. Mas a recuperação que se seguiu tem sido anémica e medíocre na maioria das economias avançadas devido à dolorosa desalavancagem.


Agora, uma combinação de preços do petróleo e das matérias-primas elevados, de tumultos no Médio Oriente, terramoto e tsunami no Japão, crise da dívida na Zona Euro, e problemas orçamentais nos Estados Unidos (que levaram a redução do "rating" da dívida) provocaram um enorme aumento da aversão ao risco. Os Estados Unidos, a Zona Euro, o Reino Unido e o Japão estão, economicamente, lentos. Mesmo os mercados emergentes, com rápidas taxas de crescimento (como a China, emergentes asiáticos e América Latina) e as economias orientadas para as exportações que dependem destes mercados (Alemanha e a Austrália, rica em recursos) estão a viver um período de abrandamento económico.


Até ao ano passado, os decisores políticos conseguiam sempre tirar mais "um coelho da cartola" para aumentar o preço dos activos e impulsionar a recuperação económica. Estímulos orçamentais, taxas de juro perto do zero, duas rondas de "flexibilização quantitativa" ("quantitative easing" (QE)), controlo da dívida tóxica e biliões de dólares em resgates e provisões de liquidez para os bancos e instituições financeiras: as autoridades tentaram tudo. Agora ficaram sem coelhos.


A actual política orçamental é um obstáculo ao crescimento económico tanto da Zona Euro como do Reino Unido. Mesmo nos Estados Unidos, os governos locais e estatais, e mais recentemente os federais, estão a reduzir os gastos e a diminuir os pagamentos de transferências. Em breve, irão aumentar os impostos.


Outra ronda de resgates bancários é politicamente inaceitável e economicamente inviável: a maioria dos governos, especialmente na Europa, enfrenta tantos problemas que os resgates são insustentáveis. De facto, o seu risco soberano tem aumentando as preocupações com a saúde dos bancos europeus, que detêm nas suas carteiras a maior parte dos cada vez mais instáveis valores governamentais.


Neste caso, a política monetária também não pode ajudar muito. A "flexibilização quantitativa" está limitada pelos limites máximos da taxa de inflação na Zona Euro e no Reino Unido. A Reserva Federal dos Estados Unidos irá, muito provavelmente, lançar uma terceira ronda de "flexibilização quantitativa" (QE3) mas esta terá pouco tempo e chegará muito tarde. O QE2 de 2010, no valor de 600 mil milhões de dólares, os cortes fiscais e as transferências de 1 bilião de dólares conseguiram que a economia crescesse apenas 3% durante um trimestre. Depois disso, o crescimento foi inferior a 1% na primeira metade de 2011. O QE3 será muito mais pequeno e terá muito menos impacto no preço dos activos e no crescimento económico.


A desvalorização da moeda não é uma opção viável para todas as economias avançadas: todas precisam de uma moeda fraca e de um melhor equilíbrio comercial para repor o crescimento mas não o podem ter todas ao mesmo tempo. Assim, depender das taxas de câmbio para influenciar as balanças comerciais é um jogo de soma zero. As guerras cambiais estão no horizonte. O Japão e a Suíça já iniciaram a batalha para enfraquecer as suas moedas. Outros os seguirão.


Entretanto, na Zona Euro, Itália e Espanha estão em risco de perder o acesso aos mercados e as pressões financeiras sobre a França continuam a aumentar. Mas Itália e Espanha são demasiado grandes para cair e demasiado grandes para serem resgatados. Por agora, o Banco Central Europeu vai comprar obrigações dos dois países como ponte para o novo Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF). Mas se a Itália e/ou a Espanha perderam o acesso aos mercados, os 440 mil milhões de euros do FEEF poderão esgotar-se no final deste ano ou no início de 2012.


Nessa altura, a não ser que os fundos do FEEF sejam triplicados - algo a que a Alemanha se opõe -, a única alternativa seria uma reestruturação ordenada mas coerciva da dívida italiana e espanhola, tal como aconteceu na Grécia. O passo seguinte será a reestruturação coerciva da dívida não garantida dos bancos insolventes. Assim, apesar do processo de desalavancagem mal ter começado, serão necessárias reduções de dívida se os países não conseguirem, sozinhos, crescer, poupar ou gerar inflação para resolverem os seus problemas com a dívida.


Assim, parece que Karl Marx estava, em parte, certo quando afirmava que a globalização, a intermediação financeira fora de controlo e a redistribuição do rendimento e da riqueza dos trabalhadores para o capital poderia levar à autodestruição do capitalismo (apesar de já ter ficado provado que estava errada a sua ideia de que o socialismo era melhor). As empresas estão a cortar postos de trabalho porque não existe procura final suficiente. Mas reduzir postos de trabalho diminuiu o rendimento do trabalho, aumenta a desigualdade e reduz a procura final.


Os recentes protestos populares, do Médio Oriente a Israel, passando pelo Reino Unido, e o aumento da ira popular na China - e em muito em breve em outras economias avançadas e emergentes - são provocados pelas mesmas questões e tensões: crescente desigualdade, pobreza, desemprego e falta de esperança. Mesmo a classe média mundial está a sentir a pressão da queda do rendimento e das oportunidades.


Para permitir que as economias orientadas para o mercado operem como deveriam e como podem, temos de regressar ao equilíbrio certo entre mercados e oferta de bens públicos. Isto significa um afastamento tanto do modelo anglo-saxónico de "laissez-faire" e economia "voodoo", como do modelo europeu Continental de estados de bem-estar impulsionados pelo défice. Ambos os modelos estão esgotados.


Hoje em dia, o equilíbrio certo exige a criação de postos de trabalho, em parte, através de novos estímulos orçamentais dirigidos ao investimento em infra-estruturas produtivas. Exige também impostos mais progressivos; mais estímulos orçamentais de curto prazo com disciplina orçamental de médio e longo prazo; o apoio de empréstimos de último recurso por parte das autoridades monetárias de forma a evitar corridos aos bancos que podem ser ruinosas; redução do peso da dívida das famílias insolventes e de outros agentes económicos em dificuldades; e uma supervisão e regulação mais dura de um sistema financeiro que está fora de controlo; divisão dos bancos demasiado grandes para falir e dos fundos de investimentos oligopolistas.


Com o tempo, as economias avançadas vão precisar de investir no capital humano, no conhecimento ("skills") e em redes de Segurança Social para aumentar a produtividade e permitir aos trabalhadores competirem, serem flexíveis e prosperarem numa economia globalizada. A alternativa é - tal como aconteceu nos anos 30 - uma estagnação interminável, depressão, guerras cambiais e comerciais, controlo de capitais, crise financeira, insolvências soberanas e enorme instabilidade política e social.

Nouriel Roubini é presidente do Roubini Global Economics, professor de Economia na Stern School of Business, Universidade de Nova Iorque, e co-autor do livro "Crisis Economics".

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Marc Faber prepara-se para a morte do dólar hiperinflação, e distúrbios civis

In “Money Talks – MarketWatch”:

“Financial conditions are today worse than they were prior to the crisis in 2008,” he said in a telephone interview earlier this week from Thailand. “The fiscal deficits have exploded and the political system [in both the U.S. and Europe] has become completely dysfunctional.”

“The way I look at it,” Faber said, “I am ultra-bearish about everything geopolitically. In an environment of money printing, we have to ask ourselves, how do we protect our wealth? ... Where do we allocate the money?

Good question, but in fact a fairly straightforward one if, like Faber, you believe that Federal Reserve policy is stoking speculation over savings and debasing the U.S. dollar, hyperinflation is a real possibility, the stock market’s recovery since 2009 has favored the rich and powerful, cash is trash, and gold and land in the countryside are the only true safe havens.

“The Federal Reserve is a very evil institution,” Faber said with characteristic bluntness, “in the sense that they punish decent people who have saved all their lives.

“These are people who don’t understand about stocks and investments,” he added, “and suddenly they are forced to speculate.”

Speculation is the opposite of investing — of which there is little of nowadays from the corporate sector, let alone government and retail stock buyers. Corporations are instead hoarding cash out of concern that slow global economic growth will slam profits.

Such a miserly attitude can become a self-fulfilling prophecy. Faber noted that corporate earnings will likely disappoint stockholders across the board, including commodity shares, with the exception of traditional defensive sectors such as health care, consumer staples and utilities.

Moreover, one of the main ways corporations are spending money — on mergers and acquisitions rather than on hiring and equipment — is ultimately inflationary, Faber said.

“The corporate sector is not spending much money on capital investments and new investments — that’s why they have this huge hoard of cash,” Faber said. “There will be many more takeovers and industry consolidation in the years ahead. It destroys jobs, but this is what will happen. As industries consolidate, they get more pricing power, and the cost of living increases.”

Of course, Faber points out, while such dealings might not be ideal for Main Street, it can sustain Wall Street, which leads Faber to a prognosis for stocks that may surprise the doctor’s patients.

“I’m not that negative about equities,”

Faber said. “If you’re bearish about the world, you’ll probably be better off in equities than in government bonds and cash.”

Assim ele recomenda:

1. Avoid Treasurys

“It’s a suicidal investment to own 10-year or 30-year U.S. Treasurys,” Faber said.

2. Cash is trash

Given his bleak assessment of the U.S. dollar, it’s no surprise that Faber doesn’t recommend holding cash as a long-term cushion against portfolio shocks.

3. Stocks offer some safety

“I am not completely bearish about stocks,” Faber said. “If I have cash, government bonds and stocks, for the long term, I’d take stocks.”

4. Emerging markets will expand

In contrast to his dim view of U.S. and other developed markets, Faber is downright sunny about investing in emerging nations.

5. Gold is worth its weight

Gold blew through $1,800 an ounce on Tuesday, continuing its forward march as investors seek higher ground. Given his world view, Faber is convinced that the price of gold will continue rising and that any pullback is a buying opportunity.

 
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