sexta-feira, 26 de junho de 2009

In-Depth Look - Roubini On The Economy - Bloomberg

Interview and discussion with Nouriel Roubini of the New York University. He talks about home sale revenues, health-care reform, and currencies. (Bloomberg News)

Roubini: New Regulations "Go in the Right Direction," But Not Far

sábado, 20 de junho de 2009

DJ Economic Sentiment Indicator

In "PROTESTE POUPANÇA":

O Economic Sentiment Indicator é

Ferramenta informática
O Dow Jones desenvolveu um programa informático que analisa semanticamente o conteúdo dos jornais e, posteriormente, reproduz um indicador, com uma escala de 0 a 100, que representa o número de artigos com sinais positivos face à totalidade de artigos observados.

Apesar de apenas ter sido publicado em Abril último, o Economic Sentiment Indicator (ESI) foi alvo de testes retrospectivos que recuam até 1990. Como resultado, conclui-se que o indicador parece suficientemente sensível para prever os grandes pontos de inflexão da situação económica. De facto, em 2001 e 2008, assinalou claramente que a economia americana se orientava para a recessão.

Evolução positiva
Ao contrário de outros indicadores, para os quais o ponto médio representa uma inflexão absoluta entre a recessão e a retoma, o ESI é analisado tendo em conta a tendência.

Com base nos dados disponíveis, observa-se que a recuperação económica está associada a um crescimento substancial e duradouro do ESI, com o aumento de três pontos a ser um forte sinal de melhoria. Foi o que ocorreu nos últimos meses.

O ESI encontrava-se no valor mais baixo de sempre em Novembro de 2008 (22,2 pontos) e subiu até aos 29 pontos em Maio. Este valor pode indicar que o pior já terá passado, mas uma recuperação consistente e duradoura não é certa devido ao nível reduzido do ESI.

Já um recuo para valores abaixo dos 50 pontos, indica-nos um claro risco de abrandamento económico.

Evolução do Dow Jones
Economic Sentiment Indicator (ESI)

O ESI passou de 22,2 pontos em Novembro de 2008 para 29 pontos em Maio de 2009, mostrando os primeiros sinais, ainda tímidos, de retoma.

Original, mas não infalível
Como outros indicadores, o ESI não é infalível. É já célebre a afirmação de Paul Paulson: “os economistas conseguiram prever correctamente nove das últimas cinco recessões”.

À semelhança de outros índices, inquéritos e barómetros, o ESI avalia o “factor humano ou intuitivo” da economia, no entanto fá-lo de uma forma original ao analisar o conteúdo dos artigos publicados nos jornais e o modo como os jornalistas os redigem.

Para saber mais, consulte a página on-line do DJ ESI.

Source: [Link]

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Roubini diz que petróleo e ouro estão sobrevalorizados

In "Jornal de Negócios Online":

roubini_grd As actuais cotações do petróleo e do ouro estão demasiado altas e não estão a reflectir os fundamentos dos mercados. Quem o diz é o economista Nouriel Roubini, que ganhou o epíteto de adivinho da pior crise económica e financeira desde a Grande Depressão depois de em 2005 ter advertido para o facto de o "boom" especulativo no mercado imobiliário norte-americano poder levar a uma crise económica.


Roubini, que é também professor na Universidade de Nova Iorque, afirmou ontem no Fórum do Panorama para o Investimento, promovido pela Reuters, que a recente escalada do petróleo, que colocou a matéria-prima em níveis de há quase oito meses, foi demasiado forte e rápida.


O economista, citado pelo “Invertia.com”, advertiu para um contexto económico com riscos deflacionistas e avisou que se o crude continuar a subir até ao patamar dos 100 dólares por barril, isso poderá resultar num “choque económico” semelhante ao que se observou no ano passado.


Recorde-se que o West Texas Intermediate, “benchmark” para os Estados Unidos, atingiu a 11 de Julho o recorde de 147,27 dólares por barril. O Brent do Mar do Norte, crude de referência para a Europa, alcançou na semana sessão um máximo histórico de 147,50 dólares por barril.


Esta forte subida deveu-se às exageradas expectativas de um aumento da procura mundial. No entanto, o segundo semestre de 2008 assistiu a uma queda drástica dos preços do crude devido à desaceleração económica mundial. Mas o cenário começa de novo a mudar.


Desde o mínimo de quatro anos atingido em Fevereiro passado, nos 32,70 dólares, o WTI já ip_08_09_petroleo_d mais do que duplicou. Os contratos de longo prazo, como é o caso dos futuros para entrega em Dezembro de 2017, já superam os 90 dólares por barril, o que demonstra que os investidores estão convictos de que os preços ainda vão subir mais, salientava o "Financial Times" na sexta-feira.


Na sexta-feira, o mercado nova-iorquino contava com 1,2 milhões de contratos de petróleo activos, representando 1,2 mil milhões de barris de crude, disse ao Negócios o presidente da WTRG Economics, James Williams.


A especulação está assim a aumentar fortemente nos mercados petrolíferos, sendo que os contratos que estão actualmente a ser negociados pressupõem a existência de petróleo... que não existe fisicamente. Ou seja, está a ser negociada uma quantidade muito maior de crude do que aquela que existe para disponibilizar.


“Os contratos de Julho do WTI representam 134.388.000 barris de crude que deveriam estar no porto de Cushing, em Oklahoma. Mas o total de crude em Cushing é de apenas 28.976.000 barris”, observou aquele analista.


Ouro também está sobreavaliado


ouro_barra_peq135 Roubini, que é presidente da empresa de estudos económicos RGE Monitor, disse ainda no Fórum da Reuters que o actual preço do ouro é exagerado, dado que é provável que a deflação supere os riscos de inflação no curto prazo.

Saliente-se que este metal precioso é um tradicional valor-refúgio dos investidores que procuram aplicações alternativas, especialmente como protecção contra a inflação.

Nos próximos dois anos, a pressão deflacionista será a dominante e converter-se-á numa bomba-relógio caso se continuem a monetizar os grandes défices, afirmou Nouriel Roubini, acrescentando que poderá ser demasiado cedo para os investidores se protegerem com ouro.


“A menos que tenhamos uma inflação alta ou outros riscos, como uma depressão, o preço do ouro parece estar demasiado elevado”, afirmou.

Ver:

Roubini says oil, gold look overpriced

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Estatuto do dólar como moeda única mundial de reserva poderá deteriorar-se

The Currency Report - U.S. Dollar, Chinese Yuan - Bloomberg:

In "Jornal de Negócios Online":

O estatuto do dólar como moeda de reserva a nível mundial poderá deteriorar-se, considera o economista americano que previu a crise financeira, Nouriel Roubini.


“Poderemos ter moedas de reserva complementares”, afirmou Roubini em conferência em Atenas, citado pela Bloomberg.


O desenvolvimento “vai diminuir o papel do dólar ao longo dos tempos”, sublinhou o economista da Stern School of Business, da Universidade de Nova Iorque.


O estatuto da moeda norte-americana está a ser questionável uma vez que os líderes do Brasil, Rússia e China ponderam substituir o dólar por outros activos num contexto de um défice orçamental norte-americano elevado, que mantém a maior economia do mundo dependente do financiamento estrangeiro.


A China detém cerca de 744 mil milhões de dólares de obrigações do Tesouro norte-americano entre as suas reservas cambiais estrangeiras no valor de dois biliões de dólares.


O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, na semana passada voltou a assinalar a necessidade de uma moeda que desafiasse o dólar.

Actualização em 01-07-2009:

O significado da pressão chinesa por uma nova divisa mundial de reserva:

Ontem, depois de a China apelar a uma divisa supra-soberana , o dólar deslizou quando os investidores começaram a ver os números no painel da parede. Especificamente, o Banco Popular da China disse que o Fundo Monetário Internacional deveria administrar parte das reservas cambiais estrangeiras dos seus membros. Ver isto :
"Para impedir as deficiências na principal divisa de reserva, há necessidade de criar uma nova divisa que seja desligada das economias dos emissores", disse o Banco Popular da China (BPC) numa revisão da economia em 2008 hoje divulgada. Em Março, o BPC instara o FMI a expandir operações dos seus Direitos Especiais de Saque (DES) e a avançar rumo a uma "divisa de reserva supra-soberana".
O BPC argumenta que a frequência e a intensidade das crises financeiras que se seguiram ao colapso do sistema de Bretton Woods sugere que os custos do sistema baseado no dólar podem exceder os seus benefícios e que os DES poderiam assumir um papel chave global.
A declaração do BPC vem um dia depois de um alto chefe de investigação do Partido Comunista ter dito que a China deveria comprar ouro e propriedade imobiliária nos EUA ao invés de Títulos do Tesouro.
Responsáveis americanos e comentaristas ocos tentaram minimizar a importância da tendência irreversível do dólar a enfraquecer como a divisa de reserva do mundo . Eles têm argumentado que a China está numa armadilha do dólar. Com milhões de milhões de dólares, argumentam, a China não pode deixar o dólar afundar.
Mas, como destacou Marc Faber, 2 milhões de milhões de dólares nas reservas não é realmente tanto assim para um país muito populoso como a China. E a China há muito indicou que estava gradualmente a sair dos dólares. Os sinais vieram na forma de: (1) a China a sair de títulos do Tesouro longos rumo àqueles com duração de três anos ou menos, e (2) a China a utilizar as suas reservas para comprar commodities, ao invés de mais dólares.
Nouriel Roubini argumenta :

O processo que levará – no médio prazo – a um desafio ao US dólar como a principal divisa global de reserva começou. Os credores dos EUA – os BRICs, os estados do Golfo e outros – estão a ficar cada vez mais alarmados com a perspectiva de que os EUA venham a tratar do seu caminho fiscal insustentável através da inflação e da degradação do valor do dólar através da desvalorização. Assim, eles não sentarão passivamente à espera de que isto aconteça: já começaram a diversificar em ouro, recursos (como as compras da China de minas e energia, minerais e commodities por todo o mundo).

E o economista senior do Federal Reserve Bank of Cleveland argumentou no mês passado:
Se bem que os DESs possam hoje ser declarados oficialmente um activo internacional de reserva, eles provavelmente não se tornarão a divisa internacional chave do mundo em qualquer tempo próximo.
Por outras palavras, como explicou Nouriel Roubini, os economistas do Fed acreditam que os DES possam ser declarados divisa de reserva mundial, mas a actual utilidade do dólar como um meio de troca internacional altamente líquido significa que ele não será substituído no futuro próximo como a unidade chave do comércio internacional.
Seria o DES uma divisa de reserva melhor do que o dólar?
Dado o historial do FMI de impor medidas draconianas, destrutivas e anti-democráticas a países do terceiro mundo, não estou seguro de que a designação do FMI como o emissor da divisas mundial de reserva seja uma grande ideia.
Mas para entender o grande quadro dos DESs, dólares e outras potenciais divisas de reservas e meios de troca, temos de dar um passo atrás e verificar o que o dinheiro realmente é.
Deveria ser recordado que o dinheiro em si próprio não tem de ser uma mercadoria valiosa. Obviamente, o ouro é uma mercadoria valiosa e pode servir como dinheiro. E, sob muitos aspectos, ter uma divisa apoiada pelo ouro é melhor do que ter uma divisa fiduciária.
Mas na sua essência, a divisa é unicamente um meio de manter registo das trocas de bens e serviços. Por outras palavras, o dinheiro é simplesmente um meio de manter a contagem, um placard, um sistema de manter registos.
Como tal, o dinheiro poderia ser ligado simplesmente a qualquer coisa objectiva, tal como o índice de preço no consumidor (desde que ele inclua alimentos e energia) ou – como a China propôs – um cabaz de 30 ou mais commodities.
De facto, não há necessidade de os EUA ou qualquer outro país cederem a sua soberania a um grupo de banqueiros internacionais. Por outro lado, não há necessidade para o resto do mundo de ficar obrigado à ditadura unilateral inerente à utilização do dólar como a divisa de reserva mundial.
Ao invés disso, o dinheiro pode ser devolvido à sua função mais minimalista de ser uma fita métrica neutra para medir bens e serviços intercambiados. Por outras palavras, ao invés de ser um instrumento de guerra financeira e opressão, o dinheiro pode retornar à sua função simplesmente como um contador objectivo de quem deve a quem o que pelos bens e serviços que proporcionaram.
Como explica Ellen Brown no seu livro A Teia da Dívida (resumido por Stephen Lendman):

Uma divisa global é outra proposta –que cria mais problemas do que resolve. O mundo "não é uma nação ou uma região" e quem deverá ser o patrão e ficar como responsável? Além disso, se todos os governos emitirem a mesma divisa, "a oferta monetária global (seria) vulnerável a governos irresponsáveis que emitissem demasiado". Os fortes acabariam por dominar os fracos e a soberania nacional seria enfraquecida, talvez finalizada. Um mundo "plenamente dolarizado" é uma receita para a perturbação suficiente para por a escassez "na ordem do dia".
Ao invés de uma divisa, é necessária "uma fita métrica única" contra a qual governos possam avaliar as suas divisas – alguma medida independente através da qual os comerciantes possam negociar os seus contratos e terem certeza de obter o que negociaram"...
As divisas nacionais "tornar-se-iam aquilo que sempre deveriam ter sido – (contratos) ou promessa(s) de retornar bens e serviços de um certo valor, medidos com uma fita métrica universalmente reconhecida para a sua determinação".

O original encontra-se em www.washingtonsblog.com/2009/06/china-pushes-for-move-away-from-dollar.html e http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=14139

terça-feira, 9 de junho de 2009

"Rebentos verdes" e viçosos ou "ervas daninhas" secas e amareladas?

In "Jornal de Negócios Online":

Os dados mais recentes sugerem que o ritmo de contracção da economia mundial poderá estar a abrandar. No entanto, as esperanças de que possam estar a despontar "green shots" ("rebentos verdes") de recuperação viram-se frustradas por muitas "ervas daninhas" amareladas.

...

... os "rebentos verdes" da estabilização poderão ser substituídos pelas "ervas daninhas" da estagnação se uma série de factores de médio prazo restringir a capacidade da economia global de reentrar na via do crescimento sustentado. Se estas debilidades estruturais não forem solucionadas, a economia mundial poderá crescer em 2010-2011, mas a um ritmo anémico.

Dez erros que deve evitar (desta vez)

In "Jornal de Negócios Online":

A crise financeira que emergiu nos Estados Unidos há dois anos trouxe bons exemplos do que não se deve fazer. Por agora, estes ensinamentos estão bem frescos na memória, mas é preciso que não sejam esquecidos quando o mercado recuperar. Por isso, aprenda com os erros e saiba como se posicionar para o novo "bull market", sem ser apanhado desprevenido.


Como preparar-se para o novo mercado touro


1 - Diversifique risco e invista globalmente
Diminuir o risco, através da diversificação é um conselho já antigo, mas que nem por isso perde pertinência. "Compor uma carteira com activos diferentes, cujas rendibilidades e riscos não sejam previsivelmente afectados da mesma forma por diferentes eventos, confere ao investidor uma protecção face a depreciações pontuais e extraordinárias que ocorram", realça a direcção de investimento do banco Best. Por outro lado, os investidores tendem a olhar apenas para o mercado doméstico, o que é um erro. "O mercado português, embora ofereça o conforto de um investimento em empresas conhecidas de todos, não permite cobrir uma grande parte dos sectores de actividade e apresenta características de um mercado pouco líquido", lembra o administrador da Opimize, Diogo Teixeira, recomendando a aposta também em outras bolsas.


2 - Evite investir nos sectores mais aquecidos
Regra geral, quando um mercado ou um determinado sector já subiu muito, o potencial de valorização está esgotado e existe um risco sério de correcção. Logo, por mais tentador que possa parecer, evite os comportamentos em massa e afaste-se dessas acções. "Quando um sector se torna muito comentado no mercado e pela comunicação social devido a ter oferecido retornos espectaculares aos investidores, de uma maneira geral já é demasiado tarde para investir nesse sector. Isto porque, o chamado "easy money" já foi feito por investidores que se posicionaram logo no início e agora provavelmente já estão a vender", alerta o gestor da F&C, Vítor Santos. Portanto, deve tentar aproveitar os momentos em que as cotações transaccionam em níveis mais baixos, para depois rentabilizar as mais valias no futuro. A paciência é uma virtude.


3 - Opte por uma gestão profissional
Para se investir é necessário conhecer bem o mercado e as empresas onde se está a apostar. "Adquirir posições em activos ou instrumentos financeiros que não sejam percebidos pelo investidor, pode conduzir à tomada de decisões erradas, bem como à percepção errada dos riscos a que está sujeito", destaca o banco Best a este respeito. Portanto, para evitar decisões erradas que podem pesar na sua carteira, muitas vezes, o melhor mesmo é entregar a gestão das suas poupanças a profisssionais, que acompanham diariamente os mercados e sabem o que poderá determinar a direcção dos seus investimentos. "De uma maneira geral, as pessoas não têm tempo, nem meios para analisar empresas e sectores, por isso devem investir no mercado de acções através de uma equipa de profissionais que estão no mercado a tempo inteiro", considera Vítor Santos.


4 - Invista apenas o que não vai precisar
A crise do "subprime" colocou muitas pessoas numa situação difícil, com todas as suas poupanças perdidas na crise. Portanto, antes de decidir alocar o seu capital em determinados activos de investimento, deve fixar objectivos claros do que está disposto a ganhar e a perder. É fundamental não esquecer: investir acarreta sempre riscos e tanto se pode ganhar, como perder. Além disso, "um investimento com vista a uma poupança para reforma deverá ser diferente daquele que é efectuado com objectivo de trocar de casa ou de investir para fins mais especulativos", lembra o Best. Assim sendo, o investidor deve fixar limites de perdas e de ganhos antes de comprar, para evitar surpresas decepcionantes. Quando o seu investimento atingir os limites estipulados antecipadamente, deve sair, de modo a cumprir o seu plano de investimento.


5 - Evite os produtos pouco transparentes
Um dos grandes erros cometidos que resultou na crise do crédito de alto risco foi justamente a aposta em produtos complexos e que praticamente ninguém percebia como funcionavam. Passados quase dois anos do maior tumulto financeiro desde a Grande Depressão, as instituições financeiras de todo o mundo continuam a tentar limpar dos seus balanços os chamados activos "tóxicos". Deste modo, o investimento em activos pouco transparentes é meio caminho andado para ser apanhado no meio de um tumulto. "Esta crise revelou o tipo de toxicidade que podia estar escondida em produtos 'demasiado bem empacotados'", realça Diogo Teixeira. O mesmo responsável destaca ainda que "a opacidade e a falta de liquidez dos produtos estruturados (com ou sem garantia de capital) e dos 'hedge funds' devem ser evitados a todo o custo".


6 - Saiba onde está aplicado o seu dinheiro
O investimento exige, antes de mais, confiança. E, a confiança nem sempre foi resguardada nesta crise financeira. Escândalos como o esquema piramidal do ex-presidente do Nasdaq, Bernard Madoff, ou do bilionáro R. Allen Stanford vieram abalar ainda mais a já ténue confiança dos investidores nos mercados accionistas. Num momento em que é fundamental recuperar a confiança, para voltar a acreditar nos mercados, não se esqueça de acompanhar sempre os movimentos efectuados com as suas poupanças. Não tenha medo de perguntar e saiba exactamente o que está a ser decidido com o seu dinheiro e onde é que ele está a ser aplicado. Mas, acompanhar a evolução das suas poupanças não significa não investir. Sem estar no mercado, não poderá beneficiar com uma eventual recuperação das acções.


7 - Fuja dos produtos "garantidos"
Ao contrário de outros activos, que podem oferecer rentabilidades mais elevadas, apesar do risco ser maior, os produtos de capital garantido rendem actualmente retornos muito baixos. Para Diogo Teixeira, administrador da gestora de activos Optimize, "a queda acentuada das taxas de curto prazo não permite que os produtos 'garantidos' ofereçam um rendimento significativo". Para o responsável, os investidores devem evitar estes produtos, acrescentando que "devem ser reservados às poupanças de curto prazo ou a investidores muito avessos ao risco". Embora garantam protecção de capital, estes activos não são imunes ao risco e também sofrem variações de cotação. Ou seja, mesmo que uma parte do capital não seja sujeita à flutuação das cotações, normalmente há outra parte, mais pequena, que é aplicada a um determinado investimento.


8 - Aposte numa lógica a longo prazo
Uma das melhores formas de minimizar risco, além da diversificação, é o investimento a longo prazo. Tal como Diogo Teixeira lembra, "um 'bull market' não é um mercado sem riscos", pelo que os activos estão sempre sujeitos a variações de preços e é possível que haja desvalorizações. Ao investir num período de tempo mais alargado, o investidor diminui os riscos de eventuais correcções ao longo do investimento, tendo maiores probabilidades de registar mais valias no momento em que encerrar as suas apostas. "Qualquer investimento em acções tem de ser considerado como um investimento de médio-longo prazo: os potenciais períodos de queda só poderão ser recuperados caso se fique investido", salienta o administrador da Optimize. Assim, o Best aconselha: não tome decisões com base em sentimentos de pânico ou euforia, onde as emoções dominam a razão.


9 - Escolha as obrigações de empresas
Com a aversão ao risco em níveis elevados, nos últimos meses os investidores refugiaram-se na dívida de governos, colocando as rentabilidades das notas de tesouro em valores praticamente nulos, devido à subida dos preços. Pelo contrário, as obrigações de empresas negoceiam em níveis muito atractivos, com retornos bastante interessantes. "O diferencial de rendimento entre obrigações dos Estados e dívida de empresas continua em níveis historicamente elevados, oferecendo uma boa rendibilidade com um nível de risco moderado", explicou Diogo Teixeira. Com as empresas a descontarem níveis de falência da Grande Depressão, as companhias têm sido obrigadas a colocar dívida no mercado, com retornos mais elevados. Analise os fundamentais das empresas antes de investir e garanta que está a financiar uma companhia capaz de pagar os valores prometidos.


10 - Atenção ao sector financeiro
No centro do tumulto financeiro que emergiu no Verão "quente" de 2007, o sector financeiro continua a lidar com os problemas deixados pela crise do crédito. Apesar dos níveis de valorização do sector financeiro continuarem relativamente deprimidos, face ao potencial de valorização que apresentam, o que poderá possibilitar ganhos significativos, o investimento neste segmento continua a exigir cautela, devido aos riscos. "Deverão ser privilegiadas as seguradoras e os bancos relativamente menos expostos aos produtos de crédito (ao consumo e imobiliário), nomeadamente fora da península Ibérica", detalha Diogo Teixeira. No primeiro trimestre, os maiores bancos mundiais apresentaram resultados positivos, o que trouxe alguma confiança ao mercado. No entanto, as instituições poderão ainda reportar más notícias.

Portugueses dão cartas no estrangeiro (Prémio Empreendedorismo Inovador)

In "Jornal de Notícias":

O maior produtor e distribuidor de batata-doce da Califórnia e o criador da Ebuddy são alguns exemplos de empreendedores portugueses no mundo. Dois casos de sucesso distinguidos nos Prémios COTEC.

Filho de uma família modesta de agricultores, Manuel Eduardo Vieira deixou cedo os Açores e emigrou para os Estados Unidos, onde integrou a empresa do tio que se dedicava à cultura de batata-doce na Califórnia. Mais tarde adquiriu a A.V. Thomas Produce, que ocupa a liderança na distribuição naquele país, e é o maior produtor e distribuidor de batata-doce biológica do mundo.

"Hoje, 47 anos mais tarde, era impossível imaginar que estaria a receber um prémio das mãos do presidente da República do meu país. É um momento inesquecível", afirmou o vencedor do Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa, entregue, ontem, em Lisboa.

Considerado o "rei da batata-doce", aos 63 anos, emprega 700 trabalhadores e tem um volume de negócios de 36 milhões de euros. Com 1300 hectares de terreno, a A.V. Thomas tem uma capacidade de produção na ordem dos 50 mil quilos de batata-doce por ano.

"São homens e mulheres desta fibra, que tocados pela cultura lusitana, têm alargado a grandeza do nome de Portugal por toda a parte", frisou Cavaco Silva, acrescentando que é seu "firme propósito continuar a contribuir para que os portugueses residentes no estrangeiro e os luso-descendentes possam reforçar os laços que os unem a Portugal".

Mais um português que dá cartas lá fora, é Paulo Taylor de Carvalho. Um jovem de 32 anos, que deixou a universidade para trás e partiu para a Holanda. Fruto da solidão em que se encontrava, começou por brincar ao instalar num telemóvel um MSN. Em 2004, fundou a Ebuddy, que tem 40 trabalhadores, factura cerca de dois milhões de euros em publicidade e conta com mais de 70 milhões de utilizadores. Com escritórios em Londres e São Francisco, o também vencedor do Prémio COTEC deixou uma mensagem: "O importante é gostar daquilo que se faz e não parar de sonhar", frisou.

 
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